Incidência acumulada ao longo do tempo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

É declarada a primeira pandemia de Gripe do século

A primeira pandemia do século XXI


Notícias do gripenet de Portugal
www.gripenet.pt


A OMS declarou hoje (11/06/2009) a situação de pandemia, provocada pelo novo Influenza A(H1N1). Foram seguidos os critérios de dispersão geográfica. Apesar de estarmos agora em nível 6, o vírus não está mais agressivo.
Já havia alguns dias que a Organização Mundial de Saúde (OMS) preparava a opinião pública e os governos para esta decisão. Apesar das críticas de alguns sectores, que consideravam que não bastava a transmissão sustentada da gripe A em mais do que uma região do globo para declarar o nível máximo de alerta. E que esse patamar só devia ser alcançado se a epidemia se revelasse mais severa. Ora, com cerca de 28 mil casos espalhados pelo mundo, apenas terão falecido 144 pessoas em consequência da infecção provocada pelo novo vírus A(H1N1).
A letalidade do novo vírus será a seguinte: média mundial:0,53%; México:1,85%; República Dominicana:1,38%; Costa Rica: 1,07%; EUA: 0,2%; Canadá: 0,16%; Chile: 0,11%. Muito longe da taxa de mortalidade do H5N1 (gripe aviária), que é de aproximadamente 60%. Mas o H5N1 não se transmite entre humanos.
Ver documento do ministério brasileiro da Saúde sobre a letalidade deste vírus A: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/influenzaa_h1n1_090620091.pdf
Contudo, os surtos na Austrália (num hemisfério em plena época gripal) e no Chile (onde em apenas 48 horas surgiram mais de 1.200 casos), aliados aos inúmeros casos do Reino Unido (cerca de oito centenas) criaram as condições para a OMS declarar a pandemia e subir o nível de alerta, para fase 6.

Fase 5-6

O que muda?

A actual escala utilizada pela Organização Mundial de Saúde foi concebida quando se prepararam os planos de contingência para uma eventual pandemia de gripe provocada pelo vírus aviário H5N1. A sua agressividade tem sido de tal ordem (mortalidade a atingir os 60%), que as medidas preconizadas são “draconianas”. Anéis concêntricos de isolamento, extermínio de animais em massa apenas por terem estado próximo de focos, etc.
Ora, este novo vírus A(H1N1) tem tido uma agressividade muito menor. Apesar disso, por precaução, muitas das medidas de contenção têm sido as definidas pelos “velhos” planos para enfrentar o H5N1. Assim, pouco deverá mudar com a entrada na última fase, a de “pandemia”.
Hoje, a BBC dizia isso mesmo: http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/8093482.stm
E o El País refere que esta era uma situação prevista: http://tinyurl.com/loe8t2

Fase 6
Pos pandemia

Uma das consequências mais imediatas, será o início da produção em massa de uma nova vacina para esta estirpe em particular, em substituição da vacina trivalente sazonal. E a manutenção e eventual reforço dos sistemas de vigilância.

Há dias, o European Centre for Disease Prevention and Control colocava em perspectiva as estratégias que poderiam ser seguidas: controlo ou mitigação. Essa discussão é agora mais pertinente. Ver documento do ECDC: http://bit.ly/1K2fAP

As três pandemias do século XX

O século XX viu três epidemias globais de gripe: 1918, 1957 e 1968.
A mais famosa foi a pandemia de 1918, equivocamente chamada de gripe “espanhola”, pois terá começado em campos militares dos Estados Unidos. O surto apareceu em plena Primeira Guerra Mundial. Os países envolvidos no conflito guardaram silêncio para não desmoralizar as tropas e as primeiras notícias sobre a mortífera gripe publicaram-se na imprensa espanhola. Daí o baptismo, com o nome do portador das más notícias (entre nós ficou também conhecida como “pneumónica”). Altamente virulento, o vírus de 1918 propagava-se 50 vezes mais rápido do que o da gripe comum. Terão morrido entre 30 milhões a 50 milhões de pessoas. A sua taxa de mortalidade rondaria os 3% a 5%.
A pandemia da gripe “asiática” de 1957 provocou a morte a um a dois milhões de pessoas em todo o mundo. Os avanços científicos e tecnológicos entretanto registados permitiram identificar e caracterizar mais rapidamente a pandemia. E havia novos medicamentos. A letalidade da gripe asiática foi muito baixa, inferior a 0,1%. Foi causada por um vírus A(H2N2), menos virulento do que o de 1918.
Em 1968 deu-se a última pandemia do Século XX. Nesse ano, emergiu em Hong Kong uma estirpe do vírus A(H3N2), no decurso de uma epidemia que afectava o sudeste da China. Em duas semanas, declararam-se meio milhão de casos. Foi a menos severa das três pandemias.
Uma pandemia surge na sequência de um vírus novo, que tem que se impor por entre os que já circulam. E que tem “interesse” em não matar todos os seus hospedeiros. Uma visão darwinista dos vírus Influenza: http://bit.ly/GiCcW


Gripenet Brasil

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