Incidência acumulada ao longo do tempo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que determina a severidade da gripe?

A severidade da gripe depende tanto de características do vírus quanto da pessoa sendo infectada. Fatores importantes são: idade, estado de saúde, e exposição anterior ao mesmo virus ou à vírus semelhantes, sendo os muito jovens, os idosos, as grávidas e aqueles com algum outro comprometimento clínico os mais em risco no caso de gripes comuns, sazonais (não pandêmicas).

Estes são os grupos para quem a vacina sazonal é em geral recomendada, assim como a vacina contra pneumococus (a bactéria que em geral aproveita-se do estado gripal, para infectar e causar uma pneumonia).


A natureza da resposta imunológica inata também é um importante fator determinante. Ao contrário do que se pensaria, quanto mais forte é esta resposta, maior o risco de morte. Isso porque os anticorpos neutralizantes, que são os puramente protetores, demoram vários dias para serem produzidos. Quem chega primeiro na linha de defesa são as células imunológicas inatas, que são ativadas em poucas horas. Esta resposta do nosso organismo envolve o aumento da permeabilidade dos vasos, edema, e o grande fluxo de células imunes causam destruição de tecido, com consequências para o funcionamento do pulmão.


Esta chamada 'tempestade de citocina' foi primeiro reconhecida em pessoas infectadas pelo virus da gripe aviária H5N1, e provavelmente esteve envolvido no excesso de mortes registrado em jovens, na gripe espanhola.

Fonte: Doherty P & Turner S. 2009. Q&A: What do we know about influenza and what can we do about it? Journal of Biology, 8:46


Gripenet Brasil

sábado, 13 de junho de 2009

Gripenet no Orkut

O Gripenet Brasil agora está no Orkut. Além de poder responder aos questionários de dentro do Orkut, através do nosso aplicativo, temos agora nossa comunidade!

Divulguem para os seus contatos no Orkut!
---
Gripenet Brasil

sexta-feira, 12 de junho de 2009

É declarada a primeira pandemia de Gripe do século

A primeira pandemia do século XXI


Notícias do gripenet de Portugal
www.gripenet.pt


A OMS declarou hoje (11/06/2009) a situação de pandemia, provocada pelo novo Influenza A(H1N1). Foram seguidos os critérios de dispersão geográfica. Apesar de estarmos agora em nível 6, o vírus não está mais agressivo.
Já havia alguns dias que a Organização Mundial de Saúde (OMS) preparava a opinião pública e os governos para esta decisão. Apesar das críticas de alguns sectores, que consideravam que não bastava a transmissão sustentada da gripe A em mais do que uma região do globo para declarar o nível máximo de alerta. E que esse patamar só devia ser alcançado se a epidemia se revelasse mais severa. Ora, com cerca de 28 mil casos espalhados pelo mundo, apenas terão falecido 144 pessoas em consequência da infecção provocada pelo novo vírus A(H1N1).
A letalidade do novo vírus será a seguinte: média mundial:0,53%; México:1,85%; República Dominicana:1,38%; Costa Rica: 1,07%; EUA: 0,2%; Canadá: 0,16%; Chile: 0,11%. Muito longe da taxa de mortalidade do H5N1 (gripe aviária), que é de aproximadamente 60%. Mas o H5N1 não se transmite entre humanos.
Ver documento do ministério brasileiro da Saúde sobre a letalidade deste vírus A: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/influenzaa_h1n1_090620091.pdf
Contudo, os surtos na Austrália (num hemisfério em plena época gripal) e no Chile (onde em apenas 48 horas surgiram mais de 1.200 casos), aliados aos inúmeros casos do Reino Unido (cerca de oito centenas) criaram as condições para a OMS declarar a pandemia e subir o nível de alerta, para fase 6.

Fase 5-6

O que muda?

A actual escala utilizada pela Organização Mundial de Saúde foi concebida quando se prepararam os planos de contingência para uma eventual pandemia de gripe provocada pelo vírus aviário H5N1. A sua agressividade tem sido de tal ordem (mortalidade a atingir os 60%), que as medidas preconizadas são “draconianas”. Anéis concêntricos de isolamento, extermínio de animais em massa apenas por terem estado próximo de focos, etc.
Ora, este novo vírus A(H1N1) tem tido uma agressividade muito menor. Apesar disso, por precaução, muitas das medidas de contenção têm sido as definidas pelos “velhos” planos para enfrentar o H5N1. Assim, pouco deverá mudar com a entrada na última fase, a de “pandemia”.
Hoje, a BBC dizia isso mesmo: http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/8093482.stm
E o El País refere que esta era uma situação prevista: http://tinyurl.com/loe8t2

Fase 6
Pos pandemia

Uma das consequências mais imediatas, será o início da produção em massa de uma nova vacina para esta estirpe em particular, em substituição da vacina trivalente sazonal. E a manutenção e eventual reforço dos sistemas de vigilância.

Há dias, o European Centre for Disease Prevention and Control colocava em perspectiva as estratégias que poderiam ser seguidas: controlo ou mitigação. Essa discussão é agora mais pertinente. Ver documento do ECDC: http://bit.ly/1K2fAP

As três pandemias do século XX

O século XX viu três epidemias globais de gripe: 1918, 1957 e 1968.
A mais famosa foi a pandemia de 1918, equivocamente chamada de gripe “espanhola”, pois terá começado em campos militares dos Estados Unidos. O surto apareceu em plena Primeira Guerra Mundial. Os países envolvidos no conflito guardaram silêncio para não desmoralizar as tropas e as primeiras notícias sobre a mortífera gripe publicaram-se na imprensa espanhola. Daí o baptismo, com o nome do portador das más notícias (entre nós ficou também conhecida como “pneumónica”). Altamente virulento, o vírus de 1918 propagava-se 50 vezes mais rápido do que o da gripe comum. Terão morrido entre 30 milhões a 50 milhões de pessoas. A sua taxa de mortalidade rondaria os 3% a 5%.
A pandemia da gripe “asiática” de 1957 provocou a morte a um a dois milhões de pessoas em todo o mundo. Os avanços científicos e tecnológicos entretanto registados permitiram identificar e caracterizar mais rapidamente a pandemia. E havia novos medicamentos. A letalidade da gripe asiática foi muito baixa, inferior a 0,1%. Foi causada por um vírus A(H2N2), menos virulento do que o de 1918.
Em 1968 deu-se a última pandemia do Século XX. Nesse ano, emergiu em Hong Kong uma estirpe do vírus A(H3N2), no decurso de uma epidemia que afectava o sudeste da China. Em duas semanas, declararam-se meio milhão de casos. Foi a menos severa das três pandemias.
Uma pandemia surge na sequência de um vírus novo, que tem que se impor por entre os que já circulam. E que tem “interesse” em não matar todos os seus hospedeiros. Uma visão darwinista dos vírus Influenza: http://bit.ly/GiCcW


Gripenet Brasil

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Gripenet Brasil na Ciência Hoje

Confiram a reportagem sobre o Gripenet Brasil na Ciência Hoje online
http://cienciahoje.uol.com.br/145651


Gripenet Brasil

Gadget do Gripenet já está disponível!!


A primeira versão do "gadget" do Gripenet Brasil compatível com a plataforma OpenSocial já está disponível.

Através deste pequeno aplicativo, os usuários cadastrados no gripenet poderão manter-se antenados na epidemia de dentro do gmail, orkut, Hi5, ou sua rede social favorita, desde que dê suporte ao Open Social.



Como nosso aplicativo ainda é muito novo, ainda não passou pelo sistema de aprovação do Orkut para que que possa ser distribuido nesta plataforma. Por enquanto já testamos no Hi5, e no gmail.

Instruções para o Gmail:
Na página principal do Gmail,
  1. Clique em configurações (settings) e selecione a aba "labs";
  2. no pé da página, clique em "habilitar qualquer gadget por url" e clique em "salvar mudanças";
  3. Agora você vai ver uma aba "gadgets" na tela de configurações;
  4. Vá até a aba "gadgets" e entre a seguinte url: http://www.gripenet.com.br/site_media/gadget/gripenetgadget.xml
Pronto! o aplicativo gripenet vai aparecer no seu gmail!


O aplicativo Gripenet o manterá informado do histórico de gripe e febre dentre os participantes, e no futuro incluiremos ainda mais informações para você diretamente em sua plataforma social preferida. Você també será informado automáticamente quando chegar a hora de atualizar o seus sintomas, e poderá fazê-lo de dentro do aplicativo sem ter que sair da página do Orkut, Gmail, ou Hi5. No caso do Gmail, sugerimos clicar em canvas (no topo do aplicativo) para ampliar a janela do aplicativo antes de clicar nos botões de relatar sintomas.

Boa saúde a todos!

Flávio





Gripenet Brasil

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Preocupação com a pandemia de gripe é justificada

Dra. Margaret Chan, Diretora da Organização Mundial de Saúde

Parte da fala proferida em Genebra, 18 de maio de 2009


Novas doenças são, por definição, pouco conhecidas no momento de seu surgimento, e isto é em particular, verdadeiro quando se trata do virus influenza.

Seu comportamento é notoriamente imprevisível. O comportamento de uma pandemia é imprevisível assim como o vírus que a causa. Ninguém pode adivinhar como a presente situação evoluirá.

O surgimento do vírus H1N1 cria uma grande pressão nos governos, ministérios da saúde e a OMS, para que tomem as decisões certas, nos momentos certos, em momento de grande incerteza científica.

No dia 29 de Abril, eu elevei o alerta pandêmico da fase 4 para a 5. Permanece em 5, até o dia de hoje.

Este virus pode nos ter dado um tempo, mas nós não sabemos quão longo este tempo será. Ninguém pode dizer se esta é uma calmaria antes da tormenta.

A presença do virus já está confirmada em vários países do hemisfério sul, onde a epidemia sazonal em breve iniciará. Nós temos todas as razões para estarmos preocupados com interações entre este novo vírus e os outros já em circulação.

Uma característica definidora de uma pandemia é a vulnerabilidade universal da população mundial à infecção. Nem todas as pessoas se infectam, mas quase todas estão em risco.

A capacidade de fabricação de drogas antivirais e vacinas é finita e insuficiente para um mundo de 6.8 bilhões de pessoas. É absolutamente essencial que os países não desperdicem estes preciosos recursos por medidas mal tomadas.

Até agora, a maioria dos surtos ocorreram em países com boa capacidade de detecção e notificação. (...)

Uma pandemia de influenza é a expressão extrema da necessidade de solidariedade ante uma ameaça compartilhada.

Nós somos afortunados por estes surtos estarem causando doenças em geral brandas nestes dias iniciais.

Eu recomendo fortemente que a comunidade internacional use este período com sabedoria, veja tudo o que se pode fazer, coletivamente, para proteger os países em desenvolvimento, de mais uma vez, suportar o peso maior do contágio global.

(...)

O mundo de hoje é mais vulnerável aos efeitos de uma pandemia de gripe do que em 1968, quando ocorreu a última pandemia.

A velocidade e o volume das viagens internacionais aumentaram imensamente. Qualquer cidade com um aeroporto está imediatamente em risco. A inter-dependência entre os países amplificam o potencial para ruptura econômica. (...)

A maioria dos casos graves e fatais com o vírus H1N1, for a do México, tem ocorrido em pessoas com quadros crônicos subjacentes. Nos anos recentes, a carga de doenças crônicas aumentou dramaticamente, com uma mudança de tendência, de países ricos para países pobres.

Hoje, cerca de 85% da carga de doenças crônicas está concentrada em países de baixa e média renda. As implicações são óbvias. Os países em desenvolvimento formam, de longe, o maior bolsão de pessoas em risco de infecções severas e fatais de H1N1.

Uma característica dos surtos atuais é a presença de diarréia e vômito, em cerca de 25% dos casos, isto é incomum.

Se o vírus for detectado nas fezes, isto adicionará uma outra rota de transmissão. A significância seria maior em áreas sem serviços adequados de esgoto, incluindo grandes favelas urbanas.

A próxima pandemia de gripe será a primeira a ocorrer após a emergência do HIV/AIDS e o ressurgimento da tuberculose, também em suas formas resistentes. O mundo de hoje têm milhões de pessoas cujas vidas depended do suprimento regular de drogas e o acesso regular aos serviços de saúde.

A maioria destas pessoas vivem em países onde os sistemas de saúde já estão sobrecarregados, e com poucos recursos. A crise financeira deve aumentar esta carga ainda mais, conforme mais pessoas deixam o sistema privado e se voltam para os sistemas públicos.

Nós temos boas razões para acreditar que mulheres grávidas tenham um risco aumentado de infecções fatais com o novo virus. Nós perguntamos: O espalhamento do virus H1N1 aumentará o já inaceitavelmente alto livel de mortalidade maternal, a qual está ligada à sistemas de saúde fracos?

" Os virus influenza tem a grande vantagem da surpresa do seu lado. Mas virus não são espertos. Nós somos. "

"Uma pandemia de influenza é uma expressão extrema da necessidade de solidariedade global. Nós estamos nesta juntos. E nós atravessaremos esta, juntos."


Traduzido por: Gripenet Brasil

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Veja, no "Sobre a Gripe", a situação atual da epidemia no mundo

Nós estamos acompanhando a epidemia de Gripe AH1N1 no Brasil e no mundo.
Confira os números e as tendências no

http://www.gripenet.com.br/about_AH1N1/